O resultado da CDU no distrito de Santarém, com a redução de 1511 votos (obtendo um total de 10 343) e uma percentagem de 4,12%, resultando na não eleição de qualquer deputado pelo circulo eleitoral de Santarém, representa um elemento negativo para os trabalhadores e o povo da região.
Não obstante esta realidade, o resultado da CDU traduz igualmente uma expressão de resistência face ao quadro em que foi alcançado, caracterizado pela hostilidade e menorização, pela continuada falsificação de posicionamentos do PCP para alimentar preconceitos anti-comunistas e estreitar o seu espaço de crescimento, pela promoção de forças e concepções reaccionárias e de uma forjada disputa entre dois "candidatos a primeiro-ministro" com o objectivo de reduzir a escolha a opções semelhantes, branquear responsabilidades e esconder soluções e política alternativa.
Os resultados obtidos por AD, PS e Chega, com a eleição de 3 deputados cada, significam uma relação de forças ainda mais favorável ao grande capital e ao aprofundamento da política de direita, do retrocesso de direitos e de abandono do distrito que se tem vindo a verificar, não se afigurando qualquer reposta aos principais problemas com os quais Santarém está confrontado.
A ampla campanha de contacto desenvolvida antes e durante o processo com vista às eleições, possui um valor em si mesmo, aprofundando o conhecimento dos problemas do Distrito, seja nos que respeitam às populações, sejam os existentes em muitas empresas. Problemas que estarão presentes na intervenção e acção do PCP.
A DORSA do PCP reafirma a necessidade de valorizar o trabalho e os trabalhadores da região, por via do aumento dos salários, da valorização das carreiras, da redução do horário de trabalho e da revogação das normas gravosas da legislação laboral; reforçar os serviços públicos, designadamente o Serviço Nacional de Saúde e a Escola pública; aumentar reformas e pensões; aumentar e melhorar os transportes e acessibilidades do distrito, com a requalificação e modernização de linhas e estações ferroviárias, redução do preço dos passes sociais, construção de novas pontes sobre os rios Tejo e Sorraia, abolição de portagens e construção de variantes à N118; defender a pequena agricultura; proteger o meio ambiente e potenciar o património, a cultura e o turismo na região; Necessidades que, perante o novo quadro político, determinarão a acção e intervenção do PCP, com a coragem de sempre, para defender os direitos, enfrentar os interesses dos grupos económicos e das multinacionais e afirmar os valores de Abril.
A DORSA do PCP saúda todos os que construíram a campanha de contacto, esclarecimento e mobilização para o voto, saúda os seus aliados, o PEV, a ID e todos os outros democratas, cidadãos sem filiação partidária, nomeadamente os jovens, que dão corpo à CDU.
A DORSA do PCP destaca a importância do desenvolvimento da luta de massas, como elemento decisivo para enfrentar a ofensiva contra os direitos e as condições de vida, valorizando as diversas acções que tiveram lugar nos últimos meses, e apela à participação dos trabalhadores e das populações nas comemorações populares da 50º aniversário da Revolução de Abril, nas manifestações dos estudantes do ensino superior a 21 de Março, de mulheres a 23 de Março, de jovens trabalhadores a 27 de Março e apela a uma forte acção de contacto e mobilização com vista às comemorações do 1º de Maio promovidas pela União dos Sindicatos de Santarém / CGTP-IN.
No seguimento das eleições para a Assembleia da República, numa situação social e política com grandes exigências, o PCP prosseguirá e intensificará a sua intervenção, desde logo desenvolvendo uma acção de contacto com os trabalhadores e a população, de 21 a 24 de Março; assegurando uma ampla comemoração do 50º aniversário do 25 de Abril; a intervenção na batalha das eleições para o Parlamento Europeu de 09 de Junho; a preparação da Festa do Avante! que terá lugar nos dias 6, 7 e 8 de Setembro; a concretização das orientações traçadas para o reforço da organização do Partido;
Com a confiança nos trabalhadores, nas massas populares e no desenvolvimento da luta, com o reforço do Partido e da sua ligação aos trabalhadores e ao povo, o PCP, força de Abril, com a coragem de sempre, estará à altura de responder, seja em que circunstâncias for, à construção da alternativa patriótica e de esquerda, da democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, à luta pelo socialismo e o comunismo.
Alpiarça, 15 de Março de 2024
A Direcção da Organização Regional de Santarém do PCP
