Sim, amigos, aqui, no distrito de Santarém, vamos eleger nove Deputados. Não vamos eleger nenhum Primeiro-Ministro. Não que a CDU não esteja em condições de indicar um Primeiro-Ministro se for essa a vontade do povo português, mas porque respeitamos a verdade desta eleição.
Nós sabemos que interessa ao PS e ao PSD apresentar esta eleição como se fosse uma eleição para Primeiro-Ministro e também sabemos que os grandes órgãos de comunicação social com todo o seu cortejo de comentadores se empenham fortemente para condicionar as escolhas dos eleitores dando a entender que não há outra escolha possível que não seja entre o PS, o PSD, o PS com o apoio do PSD ou o PSD com o apoio do PS.
Mas basta que pensemos um instante sobre o que se passou em outubro de 2015 para desmontar toda essa encenação. Se a eleição fosse para Primeiro-Ministro, o Secretário-geral do PS nunca tinha passado da oposição. Foi a posição assumida pelo Secretário-geral do PCP, em nome da CDU, que demonstrou como os votos na CDU foram decisivos para afastar o PSD e o CDS do Governo e para permitir avançar na reposição de direitos e rendimentos que haviam sido roubados ao povo português.
Aqui, no distrito de Santarém, vamos ser chamados a lutar pela eleição de deputados da CDU para a Assembleia da República e essa eleição é decisiva.
É decisiva no plano nacional, porque quanto mais força tiver a CDU na Assembleia da República, mais força terão as justas causas por que lutamos, em defesa do aumento geral dos salários e das pensões, do reforço do SNS e dos demais serviços públicos, do direito à educação, à habitação digna, à gratuitidade das creches, ao apoio à população idosa, à segurança e qualidade de vida das populações, ou a uma pensão mínima de dignidade para os antigos combatentes.
E é decisiva também no plano regional.
É decisiva no plano regional porque foi pela voz da CDU que muitas das justas lutas e reivindicações dos trabalhadores e do povo desta região tiveram voz na Assembleia da República e porque foi a CDU a presença solidária com que puderam contar junto de si, na luta pelos seus direitos.
Foi a CDU, a força política solidária, junto dos carteiros de Santarém ou do Entroncamento em greve contra a degradação das suas condições de trabalho e em defesa da dignidade do serviço público de correios.
Foi a CDU a força política solidária com os utentes e os profissionais de saúde, em tantas lutas pela contratação de médicos e enfermeiros nos hospitais e centros de saúde, contra o encerramento de unidades de saúde e a falta de médicos de família, e ainda no sábado passado em Coruche, em luta contra o encerramento noturno do SAP.
Foi a CDU que lutou pela qualidade de vida na região, contra a poluição provocada por suiniculturas (como na Póvoa da Isenta), contra a poluição do Tejo e pela regulação dos caudais, contra a poluição do Nabão (por via da ETAR de Seiça), ou do Almonda (por via da Fabrióleo), do Sorraia ou do Rio Maior, contra a poluição do Alviela e a situação calamitosa, em termos ambientais, do concelho de Alcanena.
Foi a CDU que lutou contra a proibição da pesca lúdica no rio Tejo, que foi recentemente removida.
Foi a CDU que levou à Assembleia da República a proposta de eliminação das portagens na A 23 e na A 13, rejeitada pelo PS, PSD e CDS.
Foi a CDU a única força política que contestou o encerramento precipitado da Central Termoelétrica do Pego e que esteve com os trabalhadores, numa luta que continua, em defesa dos seus direitos e na reivindicação de apoios que compensem os prejuízos causados à região por essa decisão insensata do Governo PS.
Foi a CDU que levou à Assembleia da República a questão das travessias e da manutenção das pontes sobre o Tejo e da criação de alternativas à Estrada Nacional 118. Foi a CDU que levou à Assembleia da República a necessidade de remodelação da Estação Ferroviária do Entroncamento.
Foi a CDU que levou à Assembleia da República a questão dos danos ambientais provocados pelas pedreiras das Serras de Aire e Candeeiros. Foi a CDU que levou à Assembleia da República o problema da falta de efetivos da GNR em Pernes, em Santarém, ou na Chamusca.
Foi a CDU que levou à Assembleia da República o problema do apoio ao ensino artístico especializado nas escolas de música da Filarmónica Gualdim Pais e da Associação Canto Firme, de Tomar. Foi a CDU que colocou sempre como objetivo pugnar pelo desenvolvimento económico da região, pela defesa e reforço do papel importantíssimo, no plano regional e mesmo nacional, de empresas como a EMEF do Entroncamento ou de setores como o dos cortumes, pela diversificação das estruturas produtivas como no caso da indústria de sabões artesanais de Torres Novas, e de forma decisiva, pelo apoio às
micro, pequenas e médias empresas que constituem a espinha dorsal do nosso tecido social. Foi a CDU que, no momento mais grave da epidemia de COVID 19 reuniu com as associações empresariais e bateu à porta dos pequenos comerciantes em Abrantes, no Entroncamento ou em Tomar, para saber de viva voz das suas necessidades de apoio, das dificuldades no acesso a apoios, e para divulgação das muitas propostas da CDU na Assembleia da República em defesa da sobrevivência das micro e pequenas empresas.
Foi por proposta da CDU que foram reconhecidos o interesse nacional das marinhas de sal e o interesse público da Mina do Espadanal em Rio Maior e foi pela luta, pela persistência e pela proposta da CDU, vencendo a resistência do PS, que hoje se encontra a concurso a construção da residência para estudantes da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.
Foi sempre a CDU que esteve onde era preciso estar e que está onde é preciso estar, todos os dias, junto das pessoas, para defender os seus direitos e interesses legítimos e para contribuir de forma determinada, construtiva, e muitas vezes decisiva, para a resolução dos seus problemas.
A nossa intervenção, camaradas e amigos, espelha o compromisso com que nos apresentamos a estas eleições.
O compromisso de lutar pelo aumento geral dos salários; pela justa distribuição da riqueza; pelo emprego estável e com direitos; pelo aumento das reformas e pensões; pelo direito à reforma sem penalizações aos 65 anos ou com 40 anos de descontos; por pensões dignas para os antigos combatentes; pelos direitos dos jovens casais à habitação, à gratuitidade das creches e à universalização do abono de família; pela salvação do Serviço Nacional de Saúde; pela escola pública e pela gratuitidade do acesso aos graus mais elevados do ensino; pelo acesso à cultura e pelo apoio à criação cultural; por melhores acessibilidades e transportes; pela tranquilidade e segurança das populações; pelo direito ao ambiente e à qualidade de vida.
Amigos e camaradas,
Para nós, que estamos aqui nesta sala, o que acabo de dizer não constituirá novidade. Estivemos juntos nas lutas que referi e em muitas outras que poderia ter dado como exemplos. Assumimos o nosso compromisso de estar ao serviço dos trabalhadores e do povo. O trabalho que desenvolvemos na Assembleia da República não é um trabalho individual. É o trabalho de um coletivo coeso, fortemente ligado às populações e empenhado na luta pelos seus direitos e pela resolução dos seus problemas.
E é este coletivo que terá de levar por diante o enorme trabalho de contacto e de esclarecimento que temos pela frente nas próximas semanas.
Vamos ter de ouvir mais vezes falar destas coisas e vamos ter, cada um de nós, de falar muito mais vezes destas coisas, junto dos trabalhadores que vamos contactar à porta das empresas, junto das populações que possamos contactar porta a porta, junto dos comerciantes que vamos visitar, junto dos familiares, dos camaradas de trabalho, dos amigos, dos vizinhos com quem possamos falar, ou que de alguma forma possamos contactar, para alertar para a importância decisiva do voto na CDU, para a importância decisiva da CDU garantir a eleição de deputados por Santarém, e para isso, todos os votos contam e cada voto faz falta.
Sabemos as dificuldades que temos de enfrentar nesta campanha. As vicissitudes que marcaram esta iniciativa são exemplo disso. Queríamos ter feito um grande almoço de âmbito distrital e não foi possível.
Pensámos fazer um comício ao ar livre, mas o estado do tempo não o aconselhou. Vamos ter de adaptar as nossas ações de contacto e esclarecimento às condições sanitárias e climatéricas. Vamos ter as nossas iniciativas dificultadas pelas máscaras que teremos de usar, pelo receio de muita gente em participar em iniciativas públicas, pelo isolamento a que muitas pessoas se veem remetidas. Mas é isso que temos de enfrentar e saber vencer e vamos fazê-lo juntos nas próximas semanas, com confiança no reforço da CDU.
Amigos e camaradas,
Temos dito e não é de mais repetir: nós nunca desejámos ter de realizar eleições legislativas neste início de 2022, mas não as tememos.
Não partimos para estas eleições com receio do resultado porque estamos de consciência tranquila. Estamos de consciência tranquila porque lutámos e lutamos por causas justas.
É justo lutar pelo aumento dos salários e das pensões. É justo lutar pelos direitos de quem trabalha e de quem já teve uma vida de trabalho. É justo lutar pela salvação do SNS. É justo lutar pela valorização dos serviços públicos. É justo lutar pela gratuitidade das creches. É justo lutar pelo apoio às pequenas empresas e à agricultura familiar.
Foi a recusa do PS em aceitar estas justas reivindicações que levou à convocação destas eleições.
E é isso que está em causa nestas eleições. Reforçar, com o voto na CDU, quem luta por estas causas justas, ou premiar quem as rejeita. Avançar na conquista de direitos com o reforço da CDU, ou andar para trás, voltando a maiorias de má memória seja com o PS ou com o PSD.
Estamos confiantes que o povo deste distrito saberá reconhecer aqueles que estão ao seu lado todos os dias, na luta pelos seus direitos e por uma sociedade mais justa e solidária, e contribuirão com o seu voto para o reforço da CDU, por Santarém e por Portugal.
Viva a CDU.